Um estudo recente publicado na **Scientific Reports** revelou um resultado surpreendente: participantes foram desafiados a distinguir entre poemas escritos por famosos autores como Shakespeare, Sylvia Plath e Emily Dickinson, e textos gerados pelo modelo de IA ChatGPT-3.5. A taxa de acerto foi de apenas 46%, inferior ao acaso, sugerindo que os chatbots podem imitar com sucesso o estilo desses mestres literários.

Além disso, os leitores frequentemente preferiram poemas criados pela IA. A pesquisa apontou que os versos gerados eram mais diretos e simples, destacando emoções e temas de maneira clara, enquanto os textos humanos exigiam maior esforço interpretativo. Um exemplo de poema no estilo de Sylvia Plath ilustra essa abordagem emocional e acessível:

> “O ar está denso com tensão,
Minha mente, um emaranhado de confusão.
O peso das minhas emoções
É um fardo no meu coração.”

### Por Que Preferimos a Simplicidade?

Os pesquisadores acreditam que o apelo dos poemas gerados por IA está na **facilidade de compreensão**. Enquanto os autores humanos frequentemente brincam com estruturas complexas, como rimas quebradas de Emily Dickinson ou a ironia de T.S. Eliot, a IA entrega versos mais lineares, comunicando emoções e imagens de forma direta.

Por outro lado, essa preferência pode refletir uma mudança no comportamento do público moderno, que busca “respostas instantâneas” em vez de investir tempo em interpretação crítica, como observado pelo acadêmico Andrew Dean.

### O Impacto na Literatura e na Criação Artística

Esse estudo levanta questões sobre o futuro da literatura e da poesia. Será que a inteligência artificial pode substituir poetas humanos? Embora muitos temam que a IA possa roubar o espaço dos artistas, outros, como a poetisa Dorothea Lasky, veem a situação com otimismo: “Há espaço para todos os poetas, até os robôs.”

A poesia gerada por IA pode não capturar a complexidade e o espírito humano, mas oferece um novo meio de envolver leitores e democratizar o acesso à literatura. E, no final, o que importa é a experiência emocional do leitor, independentemente de quem – ou do que – escreveu.

• “Se Shakespeare fosse vivo, talvez perguntasse: ‘Ser ou não ser IA, eis a questão!'”
• “Emily Dickinson ficaria chocada ao descobrir que sua ‘competição’ nunca quebra a rima!”
• “Poemas de IA são como fast food literário: rápidos, diretos e fáceis de consumir!”